Descobrindo Washington Parte 4 – Tri-Cities

Quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Após sairmos da região de Walla Walla Valley (relembre aqui), retornamos em direção ao oeste. Nosso objetivo era visitar algumas vinícolas nas cercanias das chamadas Tri-Cities, e ter mais um dia para explorar a região de Red Mountain.


A região de Tri-Cities é apontada como “the heart of Washington wine country”, pois em seu entorno num raio de cerca de 50 milhas existem mais de 200 vinícolas inseridas em AVAs (American Viticultural Areas) diversas, como Red Mountain, Yakima Valley e Horse Heaven Hills, dentre outras (leia aqui sobre as AVAs de Washington) .

Tri-Cities é composta, na verdade, por quatro cidades distintas e fronteiriças: Kennewick, Pasco, Richland e West Richland.


Como mencionamos, optamos por fazer uma parada estratégica de dois dias em Tri-Cities com um dia para Red Mountain e outro para visitar mais algumas vinícolas bem próximas de Tri-Cities. Assim, diminuiríamos o tempo de viagem até nossa próxima etapa, o vizinho Estado do Oregon, que será objeto de posts futuros.

No primeiro dia, iniciamos pela Tagaris Winery, vinícola com inspiração grega e que possui um excelente restaurante onde almoçamos.


Além do almoço, degustamos alguns vinhos de excelente preço, despretensiosos, porém de excelente qualidade. Os três vinhos que se destacaram foram o T Riserva Italiana 2011 um corte nada usual de 43% Barbera, 42% Sangiovese, 10% Cabernet Sauvignon e 5% Syrah, todas as uvas provenientes da AVA  Wahluke Slope; o T Grenache Lee Palomo Vineyard 2012, também com uvas de Wahluke Slope; e o T Syrah Areté Vineyard 2011 (Columbia Valley).

Na sequencia, visitamos uma vinícola bem tradicional em Washington, a Barnard Griffin. Dos vinhos degustados, valem menção o Barnard Griffin Roussanne 2012 e o Barnard Griffin Grenache 2011, ambos de Columbia Valley.


Após, visitamos outra vinícola clássica em Washington e conhecida por seus potentes Cabernets Sauvignons e blends, bem como Syrahs a J. Bookwalter Winery. Provamos ali os seguintes vinhos: J. Bookwalter Foreshadow Cabernet Sauvignon 2012 (Columbia Valley); J. Bookwalter Antagonist Syrah 2013 (Columbia Valley); J. Bookwalter Conflict Conner-Lee Vineyard 2012 (ColumbiaValley; 63% Cabernet Sauvignon, 32% Merlot e 5% Syrah); J. Bookwalter Protagonist 2012 2012 (Columbia Valley; 91% Cabernet Sauvignon; 9% Syrah); J. Bookwalter Suspense Conner-Lee Vineyard 2012 (Columbia Valley; 35% Cabernet Franc, 65% Merlot).


Encerramos o dia na aconchegante Goose Ridge Winery, calmamente degustando nossos vinhos ao pé da lareira. Dentre os brancos, degustamos o Goose Ridge Riesling 2013  e o Goose Ridge  GRV 2013 (50% Viognier,27% Grenache Blanc e 23% Roussanne). Provamos quatro tintos: o Goose Ridge First Flight 2011 (67% Cabernet Sauvignon, 17% Merlot e 16% Syrah); o Goose Ridge Cabernet Sauvignon 2009; o Goose Ridge Merlot 2010 e, por fim, o Goose Ridge Syrah 2011. Todos os vinhos elaborados com uvas da AVA Columbia Valley.


No segundo dia, retornamos a Red Mountain (relembre a primeira visita aqui), uma das nossas sub-regiões vinícolas (AVAs) preferidas de Washington.


Iniciamos o dia visitando a Col Solare, uma parceria da família Antinori e o Chateau Ste. Michelle, visita esta sobre a qual escrevemos um post exclusivo. Relembre aqui.

Após, visitamos a Fidelitas. A arquitetura da vinícola é simplesmente incrível, degustando-se os vinhos com o vinhedo emoldurado por uma ampla parede de vidro. E os vinhos são de altíssima qualidade, fazendo jus à arquitetura da vinícola (ou seria o contrário?). Provamos ali cinco vinhos: Fidelitas Boushey Red Wine 2011; Fidelitas Champoux Merlot 2011; Fidelitas Optu Red Mountain 2012 (72% Cabernet Sauvignon, 20% Merlot, 4% Petit Verdot, 4% Cabernet Franc), o Fidelitas Malbec Red Mountain 2011 e o Fidelitas Ciel du Cheval Cabernet Sauvignon 2010 (sobre o vinhedo Ciel du Cheval leia aqui). Todos simplesmente espetaculares e da AVA Red Mountain.


Na sequencia, visitamos a Hedges Family Estate, cujos vinhos não nos empolgaram muito. Na verdade, não havia opção de escolha dos vinhos a serem degustados, e ficamos bem desapontados com o que provamos. No entanto, ali vimos um vinhedo plantado com Sousão, casta tinta portuguesa típica do Douro utilizada sobretudo em vinhos do Porto (embora haja vinhos tranquilos monocastas, como o Quinta do Vallado Sousão). E a razão para o plantio da Sousão ali na remota Red Mountain era interessante. Um enólogo português da equipe da vinícola havia sugerido o seu plantio para elaboração de vinhos fortificados no estilo dos vinhos do Porto.

Após, paramos na Terra Blanca - onde já havíamos ido alguns dias antes - para almoçar no pequeno restaurante da vinícola que serve pizzas de forno a lenha e saladas.


Em seguida, visitamos a pequena e familiar Cooper Wine Company, onde fomos recebidos pelo próprio proprietário e enólogo, o simpático Neil Cooper. Ele nos contou sua filosofia: vinhos de pequena produção, sempre Bordeaux styles blends, focados na qualidade. Na época, Neil havia acabado de retornar de uma viagem ao Chile e já começava a usar um pouco de Carménère em alguns vinhos. Provamos os seguintes vinhos: Cooper Riesling Yakima Valley 2013; Cooper Estate Chardonnay Red Mountain 2013; Cooper Barrel Maker Red Red Mountain 2012 (50% Cabernet Sauvignon; 25% Merlot; 25% Cabernet Franc); Cooper L’Inizio Red Mountain 2012 (40% Cabernet Sauvignon; 15% Merlot; 12,5% Malbec; 12,5% Petit Verdot; 10% Cabernet Franc e 10% Carménére); Cooper Estate Cabernet Sauvignon Red Mountain 2012 e o Cooper Estate Merlot Red Mountain 2011.

Finalizamos o dia ainda na Chandler Reach, uma pequena vinícola com arquitetura toscana, e na qual os brancos foram o grande destaque (um Chenin Blanc, um Viognier e um Chardonnay, todos 2013 e da AVA Columbia Valley), além de um tinto, o Parris 2008, um Cabernet Franc de Yakima Valley.


Fechamos assim nossa viagem pelas regiões vinícolas de Washington (relembre as parte 1, 2 e 3 de nossa viagem) e nos preparamos para a etapa seguinte, o vizinho Oregon.



Cheers!

Comentários (Respostas)