Descobrindo Washington Parte 3 – Walla Walla Valley

Domingo, 31 de dezembro de 2017

Seguindo nossa viagem pelo Estado de Washington (leia mais aqui e aqui), após sairmos de Prosser, continuamos rumo ao leste, em direção ao Estado de Idaho. Nosso destino: Walla Walla Valley.


Walla Walla Valley é uma AVA (American Viticultural Area) inserida dentro da AVA Columbia Valley leia aqui mais sobre as regiões de Washington.


Ao contrário do que muitos imaginam, a região de Walla Walla se estende de Washington ao Oregon, ou seja, o território dessa famosa AVA se alastra por dois Estados distintos.

Walla Walla é considerada uma das melhores regiões de Washington, com 1.646 acres de vinhedos plantados e cerca de 100 vinícolas ali instaladas. Dentre as diversas variedades  plantadas, destacam-se a Cabernet Sauvignon, a Syrah, a Merlot e a Chardonnay.


Dentro da AVA de Walla Walla, no lado do Oregon, há a AVA The Rocks District of Milton-Freewater, criada em fevereiro de 2015, famosa por vinhos Syrah e Grenache.


Embora seja a região vitivinícola mais afastada de Seattle, a cidade de Walla Walla conta com uma vasta e sofisticada cena gastronômica, bem como com diversas opções de hospedagem. Das regiões que visitamos em Washington me arrisco a dizer que é a que mantém a melhor combinação de experiências de enoturismo.

As vinícolas de Walla Walla se dividem em algumas áreas distintas, facilitando o planejamento da viagem. São elas: Vintage Loope ou Regional, logo antes de chegar na cidade, com instalações maiores; Regional Airport; Downtown Walla Walla e South Walla Walla.


No primeiro dia, iniciamos pelo Vintage Loop, área com vinhedos à vista e grandes intalações.


Começamos pela tradicional Woodward Canyon, com vinhos que não nos impressionaram.

Na sequencia visitamos uma das melhores vinícolas da viagem, a também tradicional L'Ecole 41, que possui duas linhas principais de vinhos, os de etiqueta preta Columbia Valley AVA, e os de etiqueta branca Walla Walla AVA, ambos com excelente qualidade embora com faixas de preço e propostas distintas. Degustamos os seguintes vinhos: L'Ecole 41 Columbia Valley Chenin Blanc Old Vines 2014; L'Ecole 41 Columbia Valley Semillion 2013; L'Ecole 41 Horse Heaven Hills Grenache Rosé Alder Ridge Vineyard 2014; L'Ecole 41 Walla Walla Valey Melor 2012; L'Ecole 41 Walla Walla Valey Cabernet Sauvignon 2012; L'Ecole 41 Walla Walla Valey Syrah Seven Hills Vineyard 2012; e um impressionante corte bordalês L'Ecole 41 Walla Walla Valey Perigge Seven Hills Vineyard 2012 (60% Cabernet Sauvignon; 21% Merlot; 14% Cabernet Franc e 5% Malbec).


Ainda no Vintage Loop visitamos a Waterbrook, na qual degustamos um incrível Riesling Reserve 2013, um Chardonnay Reserve 2013, os ícone da vinícola Icon Reserve 2011 Aniversary Blend (um corte “secreto” do Rhone) e o Icon 2010 Red Blend (também um assemblage secreto) e terminamos com um Malbec Reserve 2012.

Terminamos o dia na Dunham Cellars, na área do regional airport, local do antigo e hoje desativado aeroporto local, onde existem diversa vinícolas instaladas nos antigos hangares. Dos diversos vinhos degustados, o destaque mais uma vez foi para o Riesling do vinhedo Lewis Estate Vineyard, e um opulento Syrah.


No segundo dia, exploramos a área chamada South Walla Walla que se estende ao Estado vizinho do Oregon.

Ali visitamos a Northstar, uma vinícola butique pertencente ao grupo Chateau Ste. Michelle, focada em vinhos monovarietais de Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot, com destaque para o seu vinho Premier, um elegantíssimo Merlot de pequena produção e do qual degustamos a safra 2010.

 

Na sequencia visitamos a Pepper Bridge Winery, vinícola de altíssima qualidade da região, e que produz vinhos apenas a partir de três vinhedos tidos com os grand crus da região: Pepper Bridge, Seven Hills e Octave. O foco da vinícola são apenas vinhos elaborados com as castas típicas de Bordeaux, inclusive a Sauvignon Blanc.


Na visita acabamos por conhecer um dos proprietários e enólogos, o simpático suíço Jean-François Pellet, que nos contou sobre a vinícola e sobre a região de Walla Walla.


Em seguida, a convite de Jean-François, visitamos sua outra vinícola, a vizinha Amavi Cellars, que além de produzir vinhos com os varietais bordaleses, também elabora vinhos com a Syrah, com a Tempranillo, e até mesmo um raro ice wine.


Lá andamos pelos vinhedos com Jean-François, que nos explicou características dos solos.


O almoço, em um estratégico food truck do restaurante Olive que dá expediente em alguns dias na vinícola, não decepcionou.


Finalizamos o dia no downtown visitando o tasting room da vinícola Mark Ryan, especializada em vinhos de diferentes terroirs de Washington. Degustamos quatro vinhos: Mark Ryan Los Soul Syrah 2012, Mark Ryan Long Haul Red Mountain 2012 (49% Merlot, 44% Cabernet Franc, 6% Cabernet Sauvignon,1% Petit Verdot) Mark Ryan Dead Horse Cabernet Sauvignon 2012; Mark Ryan Old Vines Columbia Valley Cabernet Sauvignon 2012 (o que mais nos impressionou).


Em nosso terceiro e último dia, voltamos para South Walla Walla.

Iniciamos pela Va Piano Vineyards, provando alguns vinhos, com destaque para o Signature Series Syrah 2008.


Seguiu-se a Saviah Cellars, em que o grande destaque dos diversos vinhos degustados foi o The Stones Speak Syrah 2011, na época ostentando a denominação Walla Walla Valley, e elaborado com uvas de vinhedo Funk Estate Vineyard localizado na nova AVA The Rocks District of Milton-Freewater, caracterizado pelos solos extremamente pedregosos.


Retornando a downtown, visitamos mais duas vinícolas tradicionais, a Seven Hills Winery e a Canoe Ridge Vineyard.


Na Seven Hills Winery tivemos a oportunidade de degustar na companhia do proprietário e enólogo Casey McClellan.


A Seven Hills tem como principais vinhedos o vinhedo homônimo Seven Hills Vineyard e o McClellan Vineyard, ambos em Walla Walla, porém no Estado do Oregon. Outro vinhedo principal usado pela vinícola é o Grand Cru de Washington Ciel du Cheval Vineyard na pequena e prestigiosa AVA de Red Mountain.


Iniciamos com um elegante Seven Hills Riesling Columbia Valley 2012 (os Rieslings secos de Washington são quase sempre impressionantes, tornando essa uva a principal do Estado junto com a Chardonnay), seguido de um Seven Hills Pinot Gris Oregon 2013 e de incrível Seven Hills Dry Rosé Columbia Valley 2014. Na sequencia degustamos um Seven Hills Malbec McClellan Vineyard Walla Walla Valley 2013; o Seven Hills Cabernet Sauvignon Columbia Valley 2012; e dois dos tintos que mais nos impressionaram na viagem: Seven Hills Ciel du Cheval Vineyard Red Mountain 2012 (corte com predominância da Cabernet Sauvignon) e o Seven Hills Seven Hills Vineyard Cabernet Sauvignon Walla Walla Valley 2012. Comprei uma garrafa de cada um dos dois últimos e também do rosé. No dia seguinte, antes que me arrependesse, retornei à vinícola e comprei mais duas garrafas do Seven Hills Seven Hills Vineyard Cabernet Sauvignon Walla Walla Valley 2012.


Encerramos o dia e nossa estadia em Walla Walla na Canoe Ridge Vineyard, que acabou ficando eclipsada pela Seven Hills Winery, porém nos brindou com um potente Canoe Ridge Vineyard Cabernet Sauvignon Red Mountain Limited Release 2011.


Cheers!


Ainda sobre Washington leia aqui

Comentários (Respostas)