Schild Estate e a Multiplicação das Garrafas

Sexta-feira, 25 de março de 2012

Na edição de 15 de dezembro de 2010 da revista norte-americana Wine Spectator o vinho australiano Schild Shiraz Barossa 2008 recebeu 94 pontos.


Em seguida, o mesmo vinho ficou em sétimo lugar no ranking anual da revista, o Top 100 Wines of the Year, publicado na edição de 31 de dezembro de 2010.


Com tudo isso, claro, a demanda pelo vinho, que custava à época US$ 20 (nos Estados Unidos), aumentou e a vinícola viu seus estoques diminuírem.


Então, conforme noticiado pela própria Wine Spectator, a Schild Estate resolveu comprar mais uvas Shiraz de um produtor local, que teriam um padrão similar às usadas no vinho original, e engarrafar mais algumas garrafas, por volta de cinco mil caixas.


Engarrafar mais de um blend sob o mesmo rótulo seria lícito de acordo com a legislação australiana.


Por outro lado, em alguns casos os produtores engarrafam em diferentes épocas um mesmo vinho por conta de questões de logística, porém sempre do mesmo blend, mesmas uvas.


Em vinhos mais comuns, de baixo preço, é uma prática corriqueira engarrafar diferentes blends sob o mesmo rótulo. No entanto, em vinhos de mais alta gama, não, em especial após receberem prêmios e boas notas, aumentando a sua demanda.


O caso veio à tona quando o enólogo da também australiana Two Hands, Matt Wenck, que engarrafa seu vinhos no mesmo local da Schild Estate, descobriu que uma nova partilha do vinho Schild Shiraz Barossa 2008 estava sendo engarrafada.


Conduta legal? Talvez. Moral? Ética? Parece que não...


O certo é que isso deveria ficar claro para o consumidor, que deve saber o que está comprando, em especial porque muitos consumidores se guiam por pontuações e prêmios.


Cheers!

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