Os Grandes Brancos de Portugal

Quinta-feira, 28 de maio de 2015

Recentemente participei no Rio de Janeiro do evento Vinhos de Portugal no Rio, com palestras, degustações dirigidas e feira de vinhos com a presença de vários produtores lusitanos.


O evento, organizado pelo jornal carioca O Globo e pelo periódico português Público em parceria com a ViniPortugal, ocorreu na Tribuna C do Jockey Clube, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. O objetivo era apresentar ao grande público, de maneira didática e informal, o vasto e único mundo do vinho de Portugal.

 

Um dos melhores momentos para mim foi participar da inesquecível prova de grande vinhos brancos de Portugal.


Conduzida pelo especialista português Pedro Garcias, do jornal Público, a prova foi uma excelente e inesquecível oportunidade de viajar pelos diversos estilos de vinhos brancos portugueses.

Pedro Garcias, com brilhantismo, apresentou seis vinhos brancos portugueses representativos de estilos, castas e regiões lusitanos. A didática de Pedro tornou a palestra acessível tanto aos que se iniciam no mundo do vinho, como também para aqueles com um conhecimento mais profundo do tema.


Os vinhos degustados, todos bem representativos de suas regiões e das respectivas castas (sempre autóctones), foram os seguintes:


1) Pedra Cancela Malvasia Fina e Encruzado: belo exemplar do Dão, um assemblage com passagem de seis meses em carvalho francês, com pouca percepção da madeira e que clama por comida;


2) Juliana Kelman 2013: uma gratíssima surpresa esse belo vinho elaborado unicamente com a casta Encruzado com passagem em carvalho francês de primeiro uso por 10 meses. Um belíssimo exemplar dos brancos do Dão. Essa jovem vinícola pertence a um casal de brasileiros, Rafael e Juliana Kelman. Ainda sem importadora no Brasil, infelizmente;

3) Royal Palmeira 2009: um velho conhecido, e um dos nossos vinhos verdes preferidos. Elaborado com a casta Loureiro, sem passagem em madeira, com um vivo toque floral, mostra o potencial dos vinhos do Minho;


4) Vinha Formal 2013: Elaborado pelo português mais conhecido dos brasileiros, o sempre simpático Luís Pato, é um corte das castas Cerceal e Bical, típicas da Bairrada. Com pouca passagem em madeira, apresenta frescor e boa acidez, com um final de boca prolongado e expressivo, representando bem essa bela região que se caracteriza por brancos longevos;


5) Quinta do Cume Reserva 2013: Elaborado com as cepas Malvasia, Viosinho e Rabigato, é um representativo exemplar do Douro. Essa belíssima região, incialmente famosa pelos vinhos do Porto, e após a relativamente recente aposta certeira nos vinhos tintos tranquilos (os chamados em Portugal de “vinhos de mesa”), experimenta sua terceira “onda”, com os vinhos brancos de mesa, com surpreendentes resultados;


6) Prova Régia Reserva 2013: Um delicioso branco da menos famosa região de Bucelas, na grande Lisboa, elaborado com a casta Arinto, outra emblemática cepa portuguesa. O vinho passa em estágio de madeira, e, com seus 13,5% de teor alcóolico, se mostra potente e com prolongado final.

 

O interessante é que a única região representada por dois vinhos foi o Dão, ambos os vinhos apresentando expressões distintas da Encruzado, uma das castas brancas mais versáteis e interessantes de Portugal. E a razão para escolha foi justamente esta, mostrar diferentes expressões dessa incrível uva.


Pedro Garcias encerrou essa memorável degustação destacando que “o vinho é mais que um produto alimentar... é um produto cultural... e reflete o gosto de uma família, de uma pessoa...”, uma história por trás de cada rótulo.


Uma bela experiência! Saúde!

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