Jazz & Vinhos em Paris

Terça-feira, 30 de setembro de 2014

Quando falamos em harmonização do vinho não raro nos referimos especificamente ao seu casamento com a comida.


No entanto, o vinho muitas vezes é escolhido em função da ocasião e da companhia, como abrir uma garrafa especial no dia do aniversário de um ente querido ou em outra data especial (como, v.g., um Joseph Phelps Insignia 2004 para comemorar os 10 anos de casamento), ou ainda para apresentar vinhos recém-descobertos a amigos (apreciadores ou não).

Outra forma de apreciar um bom vinho seria - pelo menos para este que vos escreve - lendo um bom livro, assistindo a um filme, ou ainda escutando boa música, em especial Jazz, e seu “primo” o Blues. Acho que é aqui que entra o termo “vinhos de meditação” (embora este seja reservado geralmente a vinhos fortificados como o Porto).


Não sou um experto em Jazz, porém me considero um apreciador. E infelizmente, embora viva em uma das cidades mais culturalmente efervescentes do Brasil, e berço de diversos estilos musicais, como Samba e Bossa Nova, a cena local no tocante ao Jazz é muito, diria, incipiente, com pouquíssimas opções de clubes e casas do gênero.

Assim, não raro busco em viagens não apenas novos restaurantes, vinícolas, enotecas e bares de vinhos, mas também locais em que possa assistir a boas performances de Jazz, em geral clubes mais intimistas. E se acompanhado de um bom vinho, melhor ainda!


Sem qualquer dúvida, a Cidade-Luz é uma das melhores cidades para encontrar bons shows de Jazz, em especial aqueles mais intimistas.


Faz alguns meses visitei não uma, mas sim duas vezes, o clube de Jazz parisiense Les Duc des Lombards (localização central, perto da estação de metrô Châtelet, 42 Rue des Lombards 75001).


Na primeira noite assistimos Jazz à la Creole, com Evan Christopher & Don Vappie Trio, Jazz no melhor estilo de New Orleans.


Já na segunda noite a apresentação era de Paul Jackson Trio & Pee Wee Elis, diretamente de Oakland, Califórnia, transitando entre o Blues e o Jazz.


Para harmonizar com as apresentações tábuas de queijos e frios, sandubas diferentes, e, é claro, uma enxuta, porém funcional carta de vinhos, com opções interessantes, muitas nada óbvias.

Em ambas as ocasiões, acabamos por optar pelos brancos, respectivamente o Chablis Premier Cru “Fourchaume” 2011 (Domaine Chantemerle, Adhémar et François Boudin) e o Sancerre “Les Quarterons” 2009 (Domaine Etienne et Sébastien Riffault). E ainda fiquei bem tentado com o Drappier Brut Nature Zéro Dosage, um Champagne nada óbvio. Ficou para a próxima vez...


Santé!


Duas dicas finais. Comprar pela internet com antecedência, embora se possa comprar na hora. No entanto, quem compra antecipado entra primeiro (se chegar meia hora antes da sessão). A segunda dica, comprar para a primeira sessão. Ambas as dicas buscam conseguir um melhor lugar, já que não há escolha antecipada de lugares.

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