Gambero Rosso Top Italian Wines Road Show 2013

Segunda-feira, 22 de abril de 2013

O Gambero Rosso é um grande grupo editorial italiano especializado em vinho e gastronomia de um modo geral. Surgido no final de 1986 como um suplemento do jornal Il Manifesto, no ano seguinte o grupo editou seu primeiro guia, o Vini d’Italia, o mais famoso guia de vinhos italianos, publicado desde então anualmente, inclusive com versões em inglês e alemão.


Hoje o Gambero Rosso, além de publicar o respeitado guia Vini d’Italia, edita uma revista mensal homônima, em italiano e em inglês, além de vários outros guias temáticos, como um específico para restaurantes.

 

O grupo Gambero Rosso, desde 1999, mantém um canal de televisão, o Gambero Rosso Channel.


E os empreendimentos do Gambero Rosso não param por aí, mantendo, por exemplo, em Roma, Nápoles, Catani e Palermo complexos gastronômicos chamados de Città del Gusto, que contam com escolas técnicas, wine bars e até mesmo estúdios de televisão.


Com o evento Gambero Rosso Top Italian Wines Road Show, que percorre diversas cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Bangkok, Singapura, Osaka e Seul, o grupo atua como verdadeiro embaixador dos vinhos italianos.


Recentemente, foi realizada a edição 2013 no Rio de Janeiro do Gambero Rosso Top Italian Wines Road Show, o evento abrange uma feira com vinícolas de diversos países, algumas ainda sem importadores no Brasil, e as Master Classes, degustações temáticas restritas a algumas dezenas de pessoas, e que são o ponto alto do evento.

A Master Class da qual participei tinha como apresentadores Marco Sabellico, um dos editores do guia Vini d’Italia, do Gambero Rosso, e de Marcelo Copello, uma das maiores e mais respeitadas autoridades em vinho do Brasil.


A degustação era composta de trinta vinhos agraciados com os tre bicchieri, premiação máxima no sistema do guia Vini d’Italia, representando diversas regiões e estilos. Aqui vale uma observação de que o sistema de bicchieri da revista leva em conta para fins de classificação comparações entre vinhos de uma mesma denominação ou região. Em suma, não se compara um Brunello di Montalcino com um Lambrusco. E assim, alguns vinhos degustados não impressionam tanto, enquanto outros emocionam.

Dos vinhos degustados na Master Class os que mais me encantaram, por categoria, foram:

I. Le Bollicine (Espumantes):

1) Ruggeri Valdobbiadene Extra Dry Giustino B. 2011 (Ruggeri), que mostra que a denominação é capaz de produzir belos vinhos;

2) Santa Margherita Franciacorta Cuvée Annamaria Clementi 2004 (Ca’ del Bosco), um dos melhores e mais complexos que já tomei dessa incrível denominação (relembre aqui nosso post sobre a Franciacorta) e que briga de igual com os Champagnes de alta gama.


II. Brancos – todos uma gratíssima surpresa, únicos, e já prontos:

1) Pinot Grigio Cavit Collection (Cavit) 2012;

2) Friulli Grave Bianco Milo 2011 (Piera Martellozzo), um belo corte de Chardonnay e Sauvignon Blanc, valendo destacar que o Friuli, por razões diversas como ocupação francesa no passado, tem tradição em elaborar vinhos com castas francesas;

3) Sauvignon Zuc di Volpe 2011 (Volpe Pasini), outro belíssimo exemplar do Friuli Venezia Giulia, profundo, com identidade própria, branco do ano no Vini d’Italia;

4) Braide Alte 2010 (Livon), outro belo vinho do Friuli Venezia Giulia, um curioso assemblage de Chardonnay, Sauvignon Blanc, Picolit e Moscato, com passagem em barrica, e que foi o meu branco preferido.

III. Tintos:

1) Pignacolusse 2007 (Jermann), elaborado com a tânica uva autóctone Pignolo, com passagem por 18 meses em barricas, também da dinâmica região do Friuli Venezia Giulia;

2) Chianti Classico La Selvanella Riserva 2005 (Melini), um belíssimo Chianti Classico, complexo e de vinhedo único;

3) Arcanum 2007 (Arcanum), um elegante corte a la Saint-Émilion (75% Cabernet Franc e 25% Merlot) produzido na Toscana, na mesma região do Chianti Classico;

4) Vino Nobile di Montepulciano Asinone 2009 (Poliziano), um clássico, sempre porto seguro;

5) Vino Nobile di Montepulciano Vigneto Antica Chiusina 2006 (Fattoria del Cerro), um belo representante da denominação, elaborado a partir de um vinhedo único;

6) Bolgheri Rosso Superiore Grattamacco 2009 (ColleMassari), excelente, porém ainda jovem;

7) Bolgheri Sassicaia 2009, não obstante o verdadeiro “infanticídio” de beber esse clássico toscano ainda tão jovem, o vinho é incrível, e justifica sua fama;

8) Gaja Barbaresco 2008, incrível não descreve esse impressionante vinho, que mostra que tudo que se diz do lendário Angelo Gaja é a mais pura verdade;

9) Barolo Campè 2007 (La Spinetta), um belo representante dessa prestigiosa DOCG, porém ainda jovem;

10) Amarone della Valpolicella Classico Costasera 2008 (Masi), um Amarone com estilo clássico, e sempre um “porto seguro” nessa bela DOCG;

11) Amarone della Valpolicella Campo dei Gigli 2007 (Tenuta Sant Antonio), um dos melhores Amarones que já tive a oportunidade de degustar, de vinhedo único, complexo e impressionante.

Na sequência da Master Class, ainda degustei alguns vinhos no salão principal, com destaque para os vinhos da Cavit, da Falesco e um incrível Passito di Pantelleria, da Cantine Pellegrino (Sicília).


Um belíssimo evento, com a descoberta de novos favoritos. Alla nostra salute!


Para mais artigos sobre a Itália, leia aqui.

Comentários (Respostas)