Domaine Belle – Visita e Degustação

Sábado, 31 de outubro de 2020

Localizado no coração de Crozes-Hermitage, nas colinas de Larnage, o Domaine Belle é uma vinícola familiar produzindo vinhos de altíssima qualidade com foco na expressão dos diversos terroirs locais (Hermitage, Crozes-Hermitage e Saint-Joseph).


No início da década de 1930 a família Belle possuía pequenas parcelas de terra em Larnage, que produziam uvas, remontando ao século XVIII. 


Louis Belle foi um dos fundadores, em 1933, da cooperativa vinícola de Tain l’Hermitage adquirindo parcelas de vinhedos em Larnage (Crozes-Hermitage AOP) e Tain l’Hermitage (Hermitage AOP).

Na década de 1970 a propriedade passou a ser administrada por Albert Belle, filho de Louis Belle, que passou a produzir seus próprios para consumo próprio e de amigos.


Na década de 1990, o Domaine Belle passa a produzir vinhos em escala comercial, graças a influência de Phillipe Belle, terceira geração, formado em enologia, construindo entãosuas próprias instalações e continuando a expansão dos diversos vinhedos.


Atualmente, o Domaine Belle conta com 25 hectares de vinhedos nas apelações de Hermitage, Crozes-Hermitage e Saint-Joseph, produzindo brancos e tintos.

Durante nossa visita em setembro do ano passado tivemos a oportunidade de provar quase todos os vinhos do Domaine Belle (a exceção foi o Saint-Joseph tinto Les Rivoires, do qual compramos uma garrafa e provamos dias depois) confirmando a fama de alta qualidade de seus vinhos.

O Domaine Belle produz três vinhos tintos e dois brancos da denominação Crozes-Hermitage. 


Os brancos Les Terres Blanches e Roche Blanche (respectivamente safras 2018 e 2017 degustadas), e o tinto Cuvée Louis Belle (safra 2015 degustada) são produzidos em Larnage com solos compostos com a famosa argila branca e calcário (Kaolin), deixando uma impressão de frescura.

Já o Crozes-Hermitage Rouge Roche Pierre (safra 2016 provada) que provém de vinhedo em solo granítico apresentou uma acidez mais acentuada.


O tinto Crozes-Hermitage Les Pierrelles 2017, elaborado a partir de solos com galets (seixos arredondados) e argila vermelha, de vinhedos nas cercanias da comuna de Pont d'Isère, ao sul da apelação, se mostraram os mais frutados.


Os tintos de Crozes-Hermitage do Domaine Belle são uma excelente forma de compreender as diferenças entre as diversas partes da apelação de origem, em especial a parte plana e a parte em encostas.


Já os dois Hermitages (o branco da safra 2017 e o tinto da safra 2015) se mostraram, ainda em sua tenra juventude, excepcionais, e com grande potencial de guarda.


Por fim, o tinto de produção minúscula Saint-Joseph Les Rivoires 2016, provado alguns dias após nossa visita, e oriundo de solos graníticos, mostrou-se extremamente elegante, demonstrando que esta, por vezes, subestimada denominação de origem, pode produzir vinhos ímpares.

De qualquer forma, o ponto em comum aos vinhos do Domaine Belle é a elegância e a capacidade de exprimir seus respectivos terroirs. 


Santé!

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