Degustação em Buenos Aires

Domingo, 20 de janeiro de 2013

Sempre que viajo procuro não apenas bons restaurantes e locais para comprar vinhos, mas também busco novas "eno-experiências", como, por exemplo, visitar uma vinícola. 


Porém, nem sempre o destino fica em próximo a alguma região vinícola.


E para suprir essa lacuna costumo me informar sobre degustações, aulas de vinhos (relembre aqui Paris: Aula e Degustação de Vinhos), feiras de vinhos e eventos similares no destino e que coincidam com as datas da viagem.


Faz algum tempo tive uma grata experiência em Buenos Aires. Juntamente com minha mulher participamos de uma degustação dirigida, na verdade uma verdadeira aula, em uma das filiais da onipresente cadeia de enotecas Winery, mais especificamente na de Puerto Madero.


O evento que costuma ocorrer às quartas ou quintas-feiras na filial de Puerto Madero da Winery é chamado de Madero Tasting Nights, e conduzido pela experiente sommelier e professora da Escuela Argentina de Sommeliers Inés Iuri. 


A proposta se centra, obviamente, em vinhos argentinos, podendo variar desde uma degustação às cegas até uma degustação horizontal (vinhos diversos de um mesmo produtor), passando por um passeio pelas regiões vinícolas do país.


A nossa cata consistiu em uma degustação horizontal de alguns rótulos da bodega de Ernesto Catena. Antes da degustação propriamente dita, Inés, de forma extremamente didática, sem qualquer traço de pedantismo, com a maestria típica das pessoas que dominam um assunto, explicou, a partir de perguntas aos participantes (quase um "método socrático"), o que era o vinho, o conceito de terroir, as características da análise sensorial de um vinho, e como degustar. E é claro falou do vinho na Argentina, apresentando um belo panorama.


Um dos pontos altos e mais divertidos foi, ao falar da uva Torrontés, a definição brindada por Inés aos presentes: "Torrontés és como los argentinos: o los ama o los odia, pero nunca los olvida".


Os vinhos degustados, ou melhor, "catados" foram os seguintes:


Siesta en el Tahuantinsuyu Chardonnay 2009, em uma diferente garrafa de 500ml;


Alma Negra Misterio 2009, um tinto com assemblage não revelado, e que muda ano a ano;

Siesta en el Tahuantinsuyu Syrah 2007, que para mim confirmou que o forte dos vinhos argentinos não é na Syrah;

Tikal Amorio Malbec 2002, o melhor da noite;


Alma Negra Blanc de Blancs Brut, para um brinde de despedida.


O preço da degustação foi de 100 pesos argentinos, algo em torno de R$ 40,00.


Um belo e diferente programa em Buenos Aires! Recomendo!


 Salud!

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