Champagne Henriot Cuvée des Enchanteleurs 1998 – Para começar bem 2019

Sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Em 2013 degustei, pela primeira vez, o raro Champagne Henriot Cuvée des Enchanteleurs 1998, de produção minúscula e elaborado apenas em anos excepcionais (relembre aqui), que muito me impressionou na época


Posteriormente, em 2014, tive a oportunidade de visitar a Maison Henriot em Reims. Dentre outros vinhos, foi-nos oferecido o Cuvée des Enchanteleurs 1998, até hoje um dos melhores Champagnes que provei. 


Na ocasião pensei em como aos dezesseis anos de idade esse vinho ainda se mostrava fresco, vivo, com frutas cítricas bem presentes.

Curioso em saber como estaria esse raro vinho daqui a alguns anos, adquiri então uma garrafa do Cuvée des Enchanteleurs 1998.


Como costumo fazer nas tardes de todo dia primeiro de janeiro, abri um vinho especial - quase sempre é um espumante ou um branco - para celebrar o novo ano. Desta vez o escolhido foi o Henriot Cuvée des Enchanteleurs 1998. Ao abri-lo, fui imediatamente remetido para uma fria e ensolarada manhã de março de 2014, quando da visita à Maison Henriot em Reims e ao tour de carro pelos vinhedos dos vilarejos de Champagne.

 

O Champagne Cuvée des Enchanteleurs 1998 é um dos grandes vinhos da Maison Henriot, de minúscula produção, produzido apenas em anos excepcionais. 

Elaborado com 50% Chardonnay e 50% Pinot Noir, é um vinho elegante, produzido com uvas provenientes apenas de Grands Crus da região (Mailly Champagne, Verzy, Verzenay em Montagne de Reims; Mesnil-sur-Oger, Avize, e Chouilly na Côte des Blancs).


O nome é uma homenagem aos trabalhadores das caves numa época em que a vinificação era feita apenas em barricas. Tais trabalhadores empilhavam as barricas em estruturas próprias chamadas de chantiers, referindo-se em francês a tal ato como enchantelaient. E ainda contavam com o privilégio de poder elaborar para si pequenas quantidades de cuvée com os melhores vinhos.

 

No auge dos seus vinte anos de idade, o Cuvée des Enchanteleurs 1998 se mostrava em seu apogeu, quiçá com mais uns cinco anos de vida à frente.

O vinho foi servido em um taça mais aberta comumente usada para degustar vinhos da Bourgogne, de forma a poder-se apreciar melhor os aromas, o que não é possível nas tradicionais flûtes.

 

No aspecto visual, o Cuvée des Enchanteleurs 1998 possuía um amarelo dourado, já indicando a idade e bem mais dourado que quando degustado em 2013 e 2014. Ainda apresentava perlage pequeno e delicado, com duração prolongada, o que me surpreendeu bastante (pela idade do vinho).

 

No nariz, o vinho apresentava aromas de pera, pêssego, brioche, pastelaria, compota de cítricos, maçã seca, damasco seco, cogumelo, noz moscada e frutos secos, mostrando-se extremamente complexo.

Na boca ainda era fresco, vivo, com algo de tostado e frutas secas, com final longo e extremamente persistente. 


Um vinho sublime, perfeito para iniciar mais um ano!


Santé!

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