Champagne Henriot – Classe e Elegância

Sábado, 30 de novembro de 2013

Champagne é o vinho das grandes celebrações, o vinho com que brindamos os momentos mais especiais de nossas vidas. É o vinho da alegria, que afasta a tristeza.


Claro que existem outros excelentes vinhos espumantes das mais diversas regiões, alguns chegando a realmente rivalizar com os Champagnes, como os Franciacorta (um dos meus preferidos).


No entanto, nada se compara à mística que envolve os vinhos de Champagne, sua elegância e tradição e – por que não? – seu status.


Recentemente tive a oportunidade, a convite da importadora Vinci, de degustar Champagnes muito especiais, com apresentação pelo simpático Monsieur Luc Bouchard, diretor de exportações da Champagne Henriot.


A Maison Henriot, fundada em 1808, é uma das poucas casas de Champagne ainda pertencentes e administradas pela família fundadora, já estando na oitava geração da família.

A Maison Henriot possui cerca de 35 hectares de vinhedos próprios de alta qualidade situados no Vallée de la Marne (Mareuil e Ay, este um Grand Cru), na Montagne de Reims (Avenay, um Premier Cru); e na chamada Côte des Blancs (Epernay, com destaque para os crus Clos l’Abbé, e o Chouilly). Seus vinhedos fornecem entre 15 e 20% das uvas para seus vinhos.


E, como usualmente ocorre em Champagne, a Henriot conta com contratos de longo termo com viticultores em diversas partes da região, tendo acesso a diversos Grand Cru e Premier Cru.


Em linhas gerais, as uvas Chardonnay, que se destacam nos assemblages dos vinhos da Henriot, são provenientes da Côte des Blancs (Avize, Oger, Cramant, Vertus), e a Pinot Noir vem de vinhedos situados nas encostas norte da chamada Montagne de Reims (Verzy, Verzenay e Val d’Or). A Pinot Meunier não tem grande destaque nos assemblages dos vinhos da Henriot, embora usada em alguns rótulos em quantidades ínfimas, como no Champagne Henriot Brut Souverain.

A Henriot possui sete rótulos: Champagne Brut Souverain, Champagne Demi-Sec, Champgne Blanc de Blancs, Champagne Rosé Brut, Champagne Brut Millésimé, Champagne Rosé Millésimé, e o também safrado e raro Champagne Cuvée des Enchanteleurs.


Tivemos a oportunidade de degustar os seguintes vinhos:


1) Champagne Henriot Brut Souverain: com predominância da Pinot Noir (60%), complementado pela Chardonnay, e com um, nos dizeres de Monsieur Luc Bouchard, leve toque de Pinot Meunier. O vinho de entrada da casa, apresentando o estilo da maison;


2) Champagne Henriot Blanc de Blancs: elaborado, como o nome já diz, apenas com Chardonnay e considerado pelo guia francês Bettane & Deusseauve como “um dos melhores exemplos de Chardonnay” em Champagne, conforme nos foi informado. Para mim, fã da Chardonnay em suas mais diversas “manifestações”, simplesmente arrebatador;


3) Champagne Henriot Rosé Brut: Com assemblage de 58% Pinot Noir e 42% Chardonnay, mostrou, com sua belíssima cor de casca de cebola, elegância e frescor, com um belo corpo;

4) Champagne Henriot Brut Millésimé 2003: Aqui a coisa ficou séria! Um casamento perfeito entre a Chardonnay (49%) e a Pinot Noir (51%), rico e equilibrado e apesar dos 10 anos de idade se mostrava jovem, festivo, demonstrando capacidade de evolução em garrafa. Um belo vinho, elaborado apenas em poucos anos;


5) Champagne Cuvée des Enchanteleurs 1998: O grande vinho da Maison Henriot, de minúscula produção, produzido apenas em anos excepcionais. É um vinho elegante, produzido com uvas provenientes apenas de Grands Crus da região (Mailly Champagne, Verzy, Verzenay em Montagne de Reims, Mesnil-sur-Oger, Avize, e Chouilly na Côte des Blancs).

 

O nome é uma homenagem aos trabalhadores das caves numa época em que a vinificação era feita apenas em barricas. Tais trabalhadores empilhavam  as barricas em estruturas próprias chamadas de chantiers, referindo-se em francês a tal ato como enchantelaient. E ainda contavam com o privilégio de poder elaborar para si pequenas quantidades de cuvée com os melhores vinhos.

O Cuvée des Enchanteleurs 1998, muito apropriadamente servido em uma taça mais aberta, apresentava perlage pequeno e delicado, com insistente duração. Apresentava aromas de frutas cítricas com leve odor de pães. Na boca, era fresco, vivo, com algo de tostado ao fim, e com uma belíssima persistência. Um dos melhores Champagnes já degustados por mim, simplesmente magnífico e inesquecível.


A Maison Henriot já está na minha lista para uma próxima visita à Reims.


Santé!

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