Cava, o Clássico Espumante Espanhol


Segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Os vinhos de Champagne são os espumantes clássicos e mais procurados para celebrações, em especial na virada do ano. Porém, existem alternativas de excelente qualidade e com preços mais acessíveis. Dentre elas, as Cavas se destacam.


As Cavas são os espumantes espanhóis elaborados pelo mesmo método que os vinhos de Champagne, isto é, pelo método clássico com segunda fermentação em garrafa, e sempre compreendidas na denominação de origem protegida de mesmo nome.


As Cavas surgiram na segunda metade do século XIX, na região do Penedés, com especial destaque para a vila de San Sadurní d’Anoia, quando produtores locais começaram a elaborar vinhos espumantes seguindo a mesma técnica de Champagne, isto é, com uma provocada segunda fermentação em garrafa.


Esses vinhos espumantes eram guardados para amadurecimento em instalações subterrâneas que mantinham a temperatura e a umidade adequadas, e que eram chamadas de “cavas”. Assim, o nome Cava acabou por batizar os vinhos espumantes espanhóis.

Entre 1986 e 1989 a denominação de origem Cava se consolidou. No entanto, a DO Cava não se restringe apenas a uma região específica, mas sim a quatro zonas em pontos diversos da Espanha. São elas: Comtats de Barcelona, Valle del Ebro, Viñedos de Almendralejo e Zona de Levante.


A zona de Comtats de Barcelona, localizada na Catalunha, é a responsável por 95% da produção de Cava, contando com a vila de San Sadurní d’Anoia, conhecida como a capital da Cava.


Desde 2020 Comtats de Barcelona conta com cinco subzonas, em um esforço do conselho regulador de destacar os respectivos terroirs: Valls d’Anoia-Foix, Serra de Mar, Conca del Gaià, Serra de Prades e Pla de Ponent.

Já a zona do Valle del Ebro fica na província de Aragón, e é a mais setentrional das zonas. Subdivide-se em duas subzonas: Alto Ebro e Valle del Cierzo.


A zona chamada de Viñedos de Almendralejo se localiza na região da Estremadura, na localidade de Tierra de Barros ao sul de Mérida e a leste de Badajoz.


Por fim, a denominada Zona de Levante se localiza na vila de Requena no interior da província de Valencia.


A denominação de origem protegida Cava exige que os espumantes sejam elaborados com uma provocada segunda fermentação em garrafa e apenas com uvas autorizadas, podem ser monovarietal ou um corte de diversas uvas.

As uvas autorizadas para a produção de Cavas são: Macabeo, Xarel-lo, Parellada, Malvasia (Subirat Parent) e Chardonnay (uvas brancas), Pinot Noir, Garnacha Tinta, Trepat e Monastrell (uvas tintas).


Dentre as principais uvas usadas, a Macabeu (chamada na Rioja de Viura) aporta aromas cítricos e sutis notas de amêndoas; a Xarel-lo contribui com aromas florais e notas de pera e de melão; e a Parellada contribui com sua acidez alta e notas cítricas. Essas três uvas clássicas juntas criam um perfeito conjunto, com vinhos espumantes secos.

A Pinot Noir é comumente utilizada para Cavas rosadas e, não raro, sozinha.


Por outro lado, as uvas tintas podem ser usadas para a elaboração de Cavas brancas (Blanc de Noirs).


As Cavas podem ser de safras específicas, ou non vintage, isto é, elaboradas com vinhos base de anos diversos de forma a manter o estilo.


Dividem-se ainda em quatro categorias, que são relacionadas a seu tempo de amadurecimento em garrafa. São as seguintes categorias:


As Cavas rosadas seguem as categorias anteriores, com exceção da Cava de Guarda Superior de Paraje Calificado, que é exclusiva das brancas.


De modo muito similar aos vinhos de Champagne, as Cavas se classificam também em relação à adição de açúcar decorrente do licor de expedição ou dosage (uma mistura de vinho base com ou sem açúcar,  acrescentada após a retirada das leveduras mortas):


Como visto, há todo um mundo a descobrir com as Cavas, uma excelente alternativa aos Champagnes.


 ¡Salud!

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