Cal-Ital Wines – Vinhos Californianos de Estilo Italiano

Segunda-feira, 14 de maio de 2012

Ao visitar algumas das regiões vinícolas da Califórnia em 2011 (leia aqui, aqui e aqui), me deparei, além dos incríveis e esperados vinhos com variedades digamos mais “internacionais” (Cabernet Sauvignon, Pinots Noir, Chardonnay etc), com vinhos elaborados com cepas autóctones italianas, e não me refiro apenas à popular Sangiovese.


Os chamados Cal-Ital Wines não são, naturalmente, os vinhos ícones pelos quais a Califórnia se tornou famosa e respeitada (idolatrada, até, em alguns casos), embora muitos dos grandes nomes do vinho californiano sejam de origem italiana (pensemos em Robert Mondavi, nos irmãos Gallo, nos Foppianos, nos Seghesios, em Louis M. Martini, dentre outros).


No entanto, os vinhos com as cepas autóctones italianas  não devem ser subestimados, e deixados de lado. Muito pelo contrário, merecem ser descobertos! Até porque muitas vezes somente são encontrados nas próprias vinícolas, em produções pequenas.


Muito se tem produzido – e experimentado – na Califórnia com as uvas italianas. Os resultados são, em geral, vinhos com vocação culinária, honrando sua herança italiana.


Em Napa Valley, podemos destacar o Castello di Amorosa, perto de Calistoga. Trata-se de um castelo inspirado nos castelos da Toscana e da Úmbria com mais de cem quartos. Produz uma enorme quantidade de vinhos, das mais diversas cepas, inclusive italianas como Barbera e Sangiovese. Os atendentes em sua maioria são italianos.


Ainda em Napa Valley, e do mesmo proprietário do Castello di Amorosa, há a V. Sattui Winery,  com vinhos superiores. A vinícola é perfeita para um piquenique, pois possui uma enorme delicatessen, com diversas opções de queijos (são centenas de tipos), embutidos, sanduíches, saladas e massas. E come-se em mesas ao ar livre em um cenário de vila toscana.


Em Sonoma County, o grande e merecido destaque é da Seghesio Family Vineyards, da família de origem piemontesa de mesmo nome, com grande importância na História do vinho californiano (um dos sobreviventes à Lei Seca).


Em visita à vinícola, degustamos, além de alguns vinhos de Zinfandel e de Pinot Noir, um Arneis 2009, um Aglianico 2008, e um Ormaggio 2008 (um corte de Cabernet Sauvignon e Sangiovese, no melhor estilo supertoscano).


Em Paso Robles, nos chamou a atenção um Vermentino, variedade branca, da Tablas Creek Vineyard, pertencente à família Haas e à família Perrin, esta última também proprietária do tradicional Château de Beaucastel, em Châteauneuf-du-Pape, França.


Ainda em Paso Robles, e embora famosa sobretudo por seus Syrahs, a pioneira Eberle Winery produz um interessante Barbera.


Já em Santa Barbara, conhecida sobretudo por seus vinhos Pinot Noir e Chardonnay, variedades do Piemonte, como a Dolcetto, a Barbera, e até mesmo a difícil Nebbiolo, têm apresentado resultados interessantes e são cada vez mais plantadas, se destacando em vinícolas como, por exemplo, Palmina, Lucas & Lewellen Vineyards (a linha Mandolina) e Mosby Winery.


E o movimento dos Cal-Ital Wines é organizado, com uma associação própria (confira em http://www.cal-italia.org).


Cheers! Salute!


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