Achaval Ferrer - Visita à Vinícola e Degustação

Sábado, 22 de novembro de 2014

Mendoza possui quase duas mil vinícolas, a grande maioria aberta à visitação, e propiciando os mais diversos tipos de experiências, desde almoços a passeios por vinhedos. Tudo isso torna a escolha de qual (ais) bodega (s) visitar uma tarefa árdua e divertida ao mesmo tempo.


Como grande apreciador dos vinhos elaborados pela vinícola Achaval Ferrer, não tive dúvidas, na última viagem à Mendoza, em agendar uma visita.

A Achaval Ferrer foi fundada em 1998, tendo à época seis sócios, quatro argentinos e dois italianos (hoje a composição já sofreu mudanças). Dentre os sócios originais, ganham destaque o visionário e empreendedor argentino Santiago Achával Becú (recentemente, Santiago iniciou um novo projeto em Paso Robles, na Califórnia, fundando a The Farm Winery), e Roberto Cipresso, enólogo  italiano radicado em Montalcino, na Toscana.

Buscando elaborar vinhos de alta qualidade e que refletissem os diversos terroirs de Mendoza, Santiago Achával e Roberto Cripresso buscaram e conseguiram comprar vinhedos com vinhas muito antigas de Malbec, plantadas em pé franco.


Cada vinhedo se revelou um verdadeiro Grand Cru mendocino, produzindo vinhos que, embora tenham traços comuns da Malbec, se diferenciam claramente entre si. 

Apenas para ser ter uma noção, cada garrafa de um dos vinhos das Fincas necessita de uvas de três parreiras em média, pois se tratam de vinhas muito antigas, com baixíssimo rendimento, o que, obviamente, influencia no preço final.


Os três vinhos “Grand Cru” da Achaval Ferrer são: 1) Finca Bella Vista, vinhedo localizado em Perdriel , no mesmo local onde está a sede da vinícola, e a 980 metros do nível do mar com vinhas de mais de 100 anos; 2) Finca Mirador, vinhedo localizado em Medrano (700 metros), com vinhas de mais de 70 anos; 3) Finca Altamira, vinhedo localizado em La Consulta (1.050 metros), com vinhas de maios de 80 anos. 

Além dos três “primeiros” vinhos, a Achaval Ferrer tem, em sua linha regular um Malbec, de excelente custo-benefício; e o Quimera, um belo assemblage bordalês.


A vinícola produz também, em menor quantidade, monovarietais com a Cabernet Sauvignon e a Merlot, ambos situados na faixa de preço entre o Malbec de entrada e o Quimera.


Achaval Ferrer produz ainda vinhos de edição bem limitada, difíceis de serem achados fora da vinícola (não obstante já os tenha encontrado em algumas lojas em Buenos Aires), são eles: um denso Syrah, rico em notas de especiarias; Malbec Dolce, elaborado com uvas colhidas tardiamente, lembrando um Porto Ruby, embora sem adição de aguardente vínica; o Temporis, um especial assemblage elaborado com uvas Malbec dos três crus da vinícola Finca Bella Vista, Finca Mirador e Finca Altamira; e, por fim, um blend com predominância da Cabernet Franc (as demais cepas não são mencionadas no contra-rótulo).

Visitar a Achaval Ferrer e degustar os seus vinhos é justamente mergulhar nessa diferença e entender a filosofia da vinícola, na busca por uma expressão do terroir local e sua variedade sem descuidar da qualidade.


Nossa visita se iniciou com uma apresentação da história da vinícola e sua filosofia, seguida de degustação dos seguintes vinhos: Malbec 2012, Quimera 2010, Finca Bella Vista 2011, Finca Mirador 2011 e Finca Altamira 2009. 

Em seguida, visitamos as instalações da Achaval Ferrer e tivemos a grata experiência de provar o Finca Bella Vista 2013 e o Finca Altamira 2013 diretamente das barricas.


Em suma, excelentes vinhos com uma visita à altura! Salud!

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