A Carménère e Bordeaux

Sábado, 17 de março de 2012

Em Bordeaux, as regras das Appelations d’Origine Contrôlée (AOCs) permitem o plantio de seis variedades de uvas tintas, Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Petit Verdot, Malbec e Carménère, variando a predominância de cada uva, mormente as duas primeiras, de acordo com cada subzona. 


No Médoc e nas subregiões do lado esquerdo do estuário do rio Gironde (e.g. Saint-Julien, Paulliac) prevalece nos assemblages a Cabernet Sauvignon. Já nas subzonas do lado direito do rio Gironde (e.g. Saint-Émilion, Pomerol) prevalece no corte dos vinhos a Merlot.


As cepas Malbec e Carménère pouco são utilizadas atualmente, tendo quase sido extintas com o surto de Phylloxera que atingiu Bordeaux e praticamente toda a Europa no final do século XIX.


A Carménère era dada como extinta em todo o mundo, até que na década de 1990 foi identificada como misturada em vinhedos de Merlot chilenos. passando a ser considerada uma das uvas emblemáticas do Chile.


Já em Bordeaux, o Château Clerc-Milon, um dos Cinquièmes Crus na Classificação Oficial de Bordeaux de 1855, situado em Paulliac, é um dos poucos Châteaux a ter vinhedos plantados com a Carménère, e utilizá-la em seus vinho.


O Château Brane-Cantenac, um Deuxième Cru (Classificação de 1855), informou à revista Decanter (publicação inglesa) que, pela primeira vez, utilizaria em seu Grand Vin, safra 2011, a Carménère. Na verdade, apenas 0,5% do assemblage seria com a referida cepa. A adoção da Carménère ocorre por conta das mudanças climáticas e também como forma de resgate histórico da uva em Bordeaux.


Slaintè!

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